Draft:Glomalina
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A glomalina é uma glicoproteína hidrofóbica, termoestável e recalcitrante produzida por fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) [4]. Ela desempenha um papel crucial na formação e estabilidade dos agregados do solo, contribuindo para a estruturação e saúde do solo[5]. Além disso, a glomalina está associada ao sequestro de carbono, representando uma fração significativa do carbono orgânico total do solo[3].
Características e Produção
A glomalina é extraída do solo ou das hifas dos FMAs utilizando soluções de citrato de sódio em altas temperaturas, geralmente em torno de 121°C [4]. A quantificação dessa proteína é realizada por métodos como ELISA ou Bradford [4]. Fatores como características do solo, condições climáticas, sistemas de uso da terra, práticas de manejo agrícola e tipo de vegetação influenciam a quantidade de glomalina produzida pelos FMAs [3].
Contribuição para o Solo
A glomalina atua como um "adesivo" que auxilia na fixação das partículas do solo, favorecendo a formação de agregados estáveis [2]. Essa propriedade é fundamental para a manutenção da estrutura do solo, influenciando positivamente sua porosidade, aeração e capacidade de retenção de água [2]. Além disso, a glomalina tem a capacidade de sequestrar metais pesados, reduzindo sua disponibilidade e o risco de toxicidade para organismos e plantas em solos poluídos [3].
Limitações e Necessidade de Estudos
Apesar da reconhecida importância da glomalina, ainda há necessidade de estudos adicionais para aprimorar os protocolos de extração, compreender sua função fisiológica para os FMAs, determinar seus estoques em diferentes ecossistemas, identificar os organismos responsáveis por sua decomposição e consumo, e conhecer as espécies de FMAs mais eficientes na produção dessa proteína no solo.
Aplicações Recentes
Pesquisas recentes têm utilizado a glomalina como indicador da qualidade do solo em diferentes ecossistemas [1]. Por exemplo, estudos no bioma Caatinga avaliaram a quantidade de proteínas do solo relacionadas à glomalina em áreas de uso forrageiro, observando que a regeneração da vegetação nativa resultou em aumento das quantidades de glomalina facilmente extraível e total no solo [1]. Esses resultados destacam o potencial da glomalina como bioindicador na avaliação da saúde do solo e na eficácia de práticas de manejo sustentável.
Em suma, a glomalina é uma glicoproteína essencial para a saúde do solo, influenciando sua estrutura, fertilidade e capacidade de sequestro de carbono. No entanto, são necessários estudos adicionais para aprofundar o entendimento de suas funções e otimizar sua aplicação em práticas agrícolas e ambientais.
References
[edit][1] Alcileia Sales. Evaluation of soil proteins related to glomalin in forage use areas of the Caatinga biome. Universidade Federal de Pernambuco. Available at: [repositorio.ufpe.br](https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/56987/1/TCC%20Alcileia%20Sales.pdf)
[2] Redalyc. The role of glomalin in soil quality and ecosystem health. Available at: [redalyc.org](https://www.redalyc.org/pdf/4457/445744117050.pdf)
[3] Sousa, C. D. S., Menezes, R. S. C., Sampaio, E. D. S., & Lima, F. D. S. (2012). Glomalin: characteristics, production, limitations and contribution to soils.
[4] Wright, S. F., & Upadhyaya, A. (1996). Extraction of an abundant and unusual protein from soil and comparison with hyphal protein of arbuscular mycorrhizal fungi. Soil Science, 161(8), 575-586.
[5] Wright, S. F., & Upadhyaya, A. (1998). A survey of soils for aggregate stability and glomalin, a glycoprotein produced by hyphae of arbuscular mycorrhizal fungi. Plant and Soil, 198(1), 97-107.